top of page

AFINAL, PARA QUE SERVEM OS BANCOS?

 

Outro dia fui ao correio para checar o preço de uma postagem. Preciso enviar um livro pelo correio e, ao fazer a pesquisa de preço pela internet, achei muito caro. Sabe quando você não acredita? E se for mais barato? Na dúvida, não custa nada checar.

Lá fui eu carregando meus livros, presumindo que não demoraria muito. Triste engano. Chegando a uma agência, os quatro caixas estavam funcionando, a fila não era tão grande. Devia ter entre seis a oitos pessoas na minha frente.

Começei a reparar que as pessoas estavam com contas para pagar. Paga-se conta nas agências do correio? Com exceção de duas que já estavam no caixa despachando encomenda e eu, o restante era só conta.

Senti-me perdida no tempo, como se tivesse deixado passar alguma informação importante. Nem sabia que se pagava conta nas agências do correio. Já basta ir fazer uma aposta nas lotéricas e ter de ficar horas na fila, devido esse serviço também ser realizado nas lotéricas.

O fato é que evito ir ao banco, faço tudo pela internet e adoro um caixa eletrônico. Rápido e prático. O problema era que, apesar de todos os caixas estarem funcionando, a fila não andava. Sabe-se lá o que aquelas pessoas estavam fazendo.

Uma mulher, nos seus 40 e poucos anos, atrás de mim, puxava papo. A melhor parte das filas são as conversas informais com pessoas que você nunca viu e provavelmente não verá tão cedo. Talvez, quem sabe, em alguma nova fila...

Ela reclamou que estava demorando e questionava o que será que uma determinada cliente estava fazendo que não saía, e aquele outro; reclamava que os caixas trabalhavam numa lerdeza e blá-blá-blá...

Olhei para a mão dela e percebi que ela carregava uma conta, não aguentei e perguntei (com educação, é claro) por que ela não foi ao banco pagar a conta. Assim, evitaria ficar naquela fila e seria bem mais rápido.

 

— Hoje se faz tudo no caixa eletrônico — enfatizei.


E ela respondeu:

— Não sei mexer naquelas maquininhas.

Então, ouvi:

 

— Próximo! — Era a minha vez. Antes de ir, depois de sei lá quanto tempo naquela fila, arrisquei:

— Vale a pena aprender a mexer nas maquininhas. Pede para alguém te ensinar. Ela sorriu e eu me dirigi ao caixa. Devo ter ficado uns dois minutos para levantar a informação que precisava.

Ao sair, percebi que a fila estava bem maior que quando cheguei e ninguém com pacotes ou envelopes. Só contas! Uma senhora saiu da fila e perguntou ao caixa:

— Vocês aceitam pagamento de carnê de INSS?

— Aceitamos —respondeu a atendente.

Claro, vai um cafezinho, torrada ou chá? Enquanto aguarda, se quiser fazer umas comprinhas para casa, sabão em pó, detergente, bolacha, sei lá... Depois é só passar no caixa.

Para que aprender se é mais cômodo ficar na ignorância? Será esse o pensamento da maioria?

É Brasil! E vamos que vamos... Afinal, a fila anda.

Próximo!
 
PS.: Em apenas dois minutos descobri uma forma de enviar o livro por apenas R$ 5,15, contra os R$ 20,10 (Sedex). Porém, fiquei mais de 40 minutos na fila!

Copyright © 2013 - Todos os Direitos Reservados à Marcela Re Ribeiro - Reprodução Proibida

bottom of page